sábado, 21 de dezembro de 2013

Um Boa Noite.

 E essa chuva que já vai parando la fora. Esse chá que não está mais tão doce. Essa cadeira com um formato tão bom pra mim. E eu. Eu estou aqui. Presa por coisa que não fiz, coisas que não quero prensar, em uma uma noite. Só mais uma prisão, entre lá e aqui. Mas o coração não está tão longe do cérebro, ou vice e versa. Só é separado pela garganta que guarda infinitas palavras não ditas. E por uns ossos, alguns só, que me fazem esse completo, e que tem uma data marcada para acabar. E a distância entre a cama e todo o sossego que quero ter de mim são essas incontáveis memórias que me cercam e se transformam em sonhos, essa vontade de lembrar, e lembrar de tudo como filme, que se repete e muda, e volta e continua. Sempre. Mas tem esse pijama - camisola, que tem cheiro do que sou, e que me lembra a época em que eu não precisava pedir pra dormir, que não me atrapalhava com "boa noite", e que gostava de sonhar com tudo. Época boa aquela, que o chá não era desculpa, e uma noite de chuva um lar.

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